ASSIS, Lenilton Francisco de; ALBUQUERQUE, Maria Adaila Martins de; MORAIS, Nathália Rocha (org.). Formação de professores de Geografia na Paraíba: avanços e resistências na reforma curricular. João Pessoa: CCTA-UFPB, 2022.
Apresentação:
A publicação deste livro surge como dualidade. É resultado de um evento que não pretende cessar ao seu fim, mas provocar contínuos debates acerca das políticas e reformas educacionais empreendidas no Brasil nos últimos anos, mais especificamente aquelas destinadas à formação de professores/as, como a Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019 que instituiu a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores/as da Educação Básica (BNC-Formação).
Na dualidade miramos a pluralidade e a singularidade. Na primeira, buscamos analisar os efeitos gerais da legislação para a formação docente na sua relação com a escola. Na segunda, direcionamos o olhar à formação específica dos/as professores/as de Geografia e suas práticas. Neste embate dual entre legislação e implementação estamos nós, professores/as formadores/as e docentes da escola básica, no atual contexto pouco escutado(a)s quando da elaboração de documentos que regerão nosso labor.
Para ecoar nossas críticas e contribuições, apresentamos uma obra que, por um lado, discute o presente, e neste as condições gerais dos cursos de licenciatura em Geografia nas Instituições de Ensino Superior (IES) públicas (felizmente!) da Paraíba – UFPB (João Pessoa), UEPB (Campina Grande e Guarabira) e UFCG (Campina Grande e Cajazeiras) – e do ensino dessa disciplina na Educação Básica paraibana, nas redes federal, estadual e municipal; e, por outro lado, o futuro, que aqui se apresenta como devir, demandando de nós atitudes coletivas e um movimento político de articulação para (re)pensarmos a formação e as práticas escolares de Geografia diante de um contexto neoliberal e perverso como o que estamos vivendo.
Tal contexto que se caracteriza pela implementação de políticas voltadas à regulação da reorganização produtiva no país, tem sido duro para as classes menos favorecidas e defendido pelos grupos dominantes que miram as reformas para alcançar os seus objetivos: a concentração de renda, a desregulação do mundo do trabalho, o fim dos direitos previdenciários e a formação de sujeitos que se adequem passivamente às condições resultantes desse processo. Isto requer, por consequência, a formulação de políticas direcionadas à padronização de currículos e à privatização da formação de professores/as para a educação básica. Daí porque a Educação em seu sentido mais amplo (acadêmica, escolar, política, identitária, doméstica, entre tantas outras) tem sofrido ataques sistemáticos.
Foi diante da indignação provocada por esse quadro, mas com a força da coletividade que nos leva a resistir e a esperançar, que nos colocamos a postos para discutir o que temos (inclusive, os avanços recentes!), o que se impõe e o que queremos para a formação de professore(a)s de Geografia nas IES públicas da Paraíba.
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Sumário:
Prefácio | Carlos Augusto de Amorim Cardoso - p. 8
Apresentação | Lenilton Francisco de Assis, Maria Adailza Martins de Albuquerque e Nathália Rocha Morais - p. 11
Parte I - Neoliberalismo e Formação de Professores no Brasil
Das Diretrizes Curriculares Nacionais à BNC-Formação: impactos nos cursos de licenciatura | Fábio do Nascimento Fonsêca - p. 20
BNC-Formação: o realinhamento às políticas neoliberais de influência norte-americana na formação de professores no Brasil | Lenilton Francisco de Assis, Rita de Cassia Santos de Lira e Maria Carolina Gomes Monteiro - p. 32
Formação de professores de Geografia e as TDIC no contexto neoliberal: novos rumos ou retrocessos do trabalho docente? | Nathália Rocha Morais - p. 60
Parte II - Pesquisas sobre Ensino e Formação de Professores de Geografia na Paraíba
Aspectos recentes da consolidação da pesquisa sobre ensino de Geografia na Paraíba | Luiz Eugênio Pereira Carvalho - p. 84
Formação de professores de Geografia na UEPB: indicadores de mudanças nos cursos presenciais de Campina Grande e Guarabira (2002-2016) | Lenilton Francisco de Assis, Helena Maria Barbosa da Paz Chaves Coriolano e Emanuel Bernardo Gonzaga da Silva - p. 109
Investigando a formação inicial de professores de Geografia e suas implicações no processo de iniciação á docência | Rodrigo Bezerra Pessoa - p. 139
Parte III - Reforma Curricular das Licenciaturas em Geografia na Paraíba
Formação de professores de Geografia na UFPB: as mudanças das práticas de ensino para os estágios teórico-práticos | Lenilton Francisco de Assis e Mayanne Gomes da Silva - p. 170
Reforma curricular na UFCG: avanços e desafios na Geografia de Campina Grande | Thiago Romeu de Souza e Luiz Eugênio Pereira Carvalho - p. 199
O curso de licenciatura em Geografia da UFCG, Campus Cajazeiras: trajetos, reformas curriculares e seus desafios | Santiago Andrade Vasconcelos e Jacqueline Pires Gonçalves Lustosa - p. 211
Trajetória do curso de Geografia CH/UEPB: o que nos revelam os projetos pedagógicos curriculares | Angélica Mara de Lima Dias, Leandro Paiva do Monte Rodrigues e Walmir Rodrigues de Araújo - p. 241
Parte IV - BNCC e Formação Docente na Escola
A relação entre professore(a)s e aluno(a)s das escolas cidadãs de Ensino Médio da Paraíba e a interface com a disciplina escolar Geografia | Maria Beatriz Figueiredo de Lima, Maria Carolina Gomes Monteiro e Maria Adailza Martins de Albuquerque - p. 263
A problemática socioambiental urbana: habilidades, competências, ausências e divergências na Base Nacional Comum Curricular | Guibson da Silva Lima Junior - p. 289
Aula de campo remota, Programa Residência Pedagógica: práticas no ensino de Geografia | Douglas Victo Domingos dos Santos e Joana d'Arc Araújo Ferreira - p. 320
Sobre o(a)s autore(a)s - p. 357
Apresentação:
A publicação deste livro surge como dualidade. É resultado de um evento que não pretende cessar ao seu fim, mas provocar contínuos debates acerca das políticas e reformas educacionais empreendidas no Brasil nos últimos anos, mais especificamente aquelas destinadas à formação de professores/as, como a Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019 que instituiu a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores/as da Educação Básica (BNC-Formação).
Na dualidade miramos a pluralidade e a singularidade. Na primeira, buscamos analisar os efeitos gerais da legislação para a formação docente na sua relação com a escola. Na segunda, direcionamos o olhar à formação específica dos/as professores/as de Geografia e suas práticas. Neste embate dual entre legislação e implementação estamos nós, professores/as formadores/as e docentes da escola básica, no atual contexto pouco escutado(a)s quando da elaboração de documentos que regerão nosso labor.
Para ecoar nossas críticas e contribuições, apresentamos uma obra que, por um lado, discute o presente, e neste as condições gerais dos cursos de licenciatura em Geografia nas Instituições de Ensino Superior (IES) públicas (felizmente!) da Paraíba – UFPB (João Pessoa), UEPB (Campina Grande e Guarabira) e UFCG (Campina Grande e Cajazeiras) – e do ensino dessa disciplina na Educação Básica paraibana, nas redes federal, estadual e municipal; e, por outro lado, o futuro, que aqui se apresenta como devir, demandando de nós atitudes coletivas e um movimento político de articulação para (re)pensarmos a formação e as práticas escolares de Geografia diante de um contexto neoliberal e perverso como o que estamos vivendo.
Tal contexto que se caracteriza pela implementação de políticas voltadas à regulação da reorganização produtiva no país, tem sido duro para as classes menos favorecidas e defendido pelos grupos dominantes que miram as reformas para alcançar os seus objetivos: a concentração de renda, a desregulação do mundo do trabalho, o fim dos direitos previdenciários e a formação de sujeitos que se adequem passivamente às condições resultantes desse processo. Isto requer, por consequência, a formulação de políticas direcionadas à padronização de currículos e à privatização da formação de professores/as para a educação básica. Daí porque a Educação em seu sentido mais amplo (acadêmica, escolar, política, identitária, doméstica, entre tantas outras) tem sofrido ataques sistemáticos.
Foi diante da indignação provocada por esse quadro, mas com a força da coletividade que nos leva a resistir e a esperançar, que nos colocamos a postos para discutir o que temos (inclusive, os avanços recentes!), o que se impõe e o que queremos para a formação de professore(a)s de Geografia nas IES públicas da Paraíba.
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Sumário:
Prefácio | Carlos Augusto de Amorim Cardoso - p. 8
Apresentação | Lenilton Francisco de Assis, Maria Adailza Martins de Albuquerque e Nathália Rocha Morais - p. 11
Parte I - Neoliberalismo e Formação de Professores no Brasil
Das Diretrizes Curriculares Nacionais à BNC-Formação: impactos nos cursos de licenciatura | Fábio do Nascimento Fonsêca - p. 20
BNC-Formação: o realinhamento às políticas neoliberais de influência norte-americana na formação de professores no Brasil | Lenilton Francisco de Assis, Rita de Cassia Santos de Lira e Maria Carolina Gomes Monteiro - p. 32
Formação de professores de Geografia e as TDIC no contexto neoliberal: novos rumos ou retrocessos do trabalho docente? | Nathália Rocha Morais - p. 60
Parte II - Pesquisas sobre Ensino e Formação de Professores de Geografia na Paraíba
Aspectos recentes da consolidação da pesquisa sobre ensino de Geografia na Paraíba | Luiz Eugênio Pereira Carvalho - p. 84
Formação de professores de Geografia na UEPB: indicadores de mudanças nos cursos presenciais de Campina Grande e Guarabira (2002-2016) | Lenilton Francisco de Assis, Helena Maria Barbosa da Paz Chaves Coriolano e Emanuel Bernardo Gonzaga da Silva - p. 109
Investigando a formação inicial de professores de Geografia e suas implicações no processo de iniciação á docência | Rodrigo Bezerra Pessoa - p. 139
Parte III - Reforma Curricular das Licenciaturas em Geografia na Paraíba
Formação de professores de Geografia na UFPB: as mudanças das práticas de ensino para os estágios teórico-práticos | Lenilton Francisco de Assis e Mayanne Gomes da Silva - p. 170
Reforma curricular na UFCG: avanços e desafios na Geografia de Campina Grande | Thiago Romeu de Souza e Luiz Eugênio Pereira Carvalho - p. 199
O curso de licenciatura em Geografia da UFCG, Campus Cajazeiras: trajetos, reformas curriculares e seus desafios | Santiago Andrade Vasconcelos e Jacqueline Pires Gonçalves Lustosa - p. 211
Trajetória do curso de Geografia CH/UEPB: o que nos revelam os projetos pedagógicos curriculares | Angélica Mara de Lima Dias, Leandro Paiva do Monte Rodrigues e Walmir Rodrigues de Araújo - p. 241
Parte IV - BNCC e Formação Docente na Escola
A relação entre professore(a)s e aluno(a)s das escolas cidadãs de Ensino Médio da Paraíba e a interface com a disciplina escolar Geografia | Maria Beatriz Figueiredo de Lima, Maria Carolina Gomes Monteiro e Maria Adailza Martins de Albuquerque - p. 263
A problemática socioambiental urbana: habilidades, competências, ausências e divergências na Base Nacional Comum Curricular | Guibson da Silva Lima Junior - p. 289
Aula de campo remota, Programa Residência Pedagógica: práticas no ensino de Geografia | Douglas Victo Domingos dos Santos e Joana d'Arc Araújo Ferreira - p. 320
Sobre o(a)s autore(a)s - p. 357