Povos originários e comunidades tradicionais: trabalhos de pesquisa e extensão universitária. Volume 10
MORAES, Nelson Russo de; ZOIA, Alceu; ALVES, Laurenita Gualberto Pereira; MACIEL, Norma da Silva Rocha (org.). Povos originários e comunidades tradicionais: trabalhos de pesquisa e extensão universitária. Volume 10. Porto Alegre: Fi, 2021.
Apresentação:
A existência de diferentes perspectivas e formas de conceber e viver o mundo é uma possibilidade potente de fazer frente aos incessantes ataques contra os povos tradicionais. Neste nosso tempo, por exemplo, a generalização é o imperativo de controle mais eficiente porque padroniza e exclui todas as formas de vida que não se sujeitem aos desígnios da lógica voraz do mercado. Por isso, entre os compromissos humanos da universidade devem estar a defesa das mais variadas formas e modos de vida presentes nas comunidades tradicionais. A diversidade é talvez a única forma de lutar contra a padronização deliberada pelos inúmeros procedimentos racionais da tecnologia de automação, do mercado e da sociedade de consumo. Essa defesa, como mostra o presente Volume, pode ser feita, por exemplo, garantindo a voz aos mais diferentes povos e culturas. Garantir a voz embora pareça ser uma ação simples, exige mudanças estruturais profundas porque traz a força de fazer valer, no âmbito do cenário público, a perspectiva que dá sentido e significado à vida de pessoas, quase sempre à margem do cenário político. Há um sentido muito profundo quando um trabalho de pesquisa, de extensão ou de vivência é feito em Comunidades Quilombolas, Indígenas ou de Ribeirinhas porque dentre as muitas possibilidades inerentes ao trabalho em si, há também a beleza da colocação dessas culturas no centro do debate público. A garantia de direitos é, portanto, uma tarefa que precisa ser feita com múltiplas estratégias, e uma delas, talvez mais simbólica, é a defesa do protagonismo das populações tradicionais. Quanto mais os Povos Tradicionais puderem falar, com as mais variadas formas de uso da língua e com diferentes línguas, tanto mais defenderemos, no conjunto, que a sociedade possa suportar a voracidade desumana da lógica de mercado. Por isso, quando falamos de uma Comunidade Tradicional no Maranhão, como temos aqui neste Volume, estamos garantindo o direito de uma existência que, em si mesma, acontece em outros termos e com outras perspectivas de valor. Tanto mais no reconheçamos como diversos ao tempo que dentro da nossa diversidade compartilhamos o mesmo mundo, mais será possível aprendermos em conjunto na mesma medida, dando à vida um sentido mais horizontal e baseado na reciprocidade.
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Sumário:
Prefácio | Adriano Batista Castorino - p. 13
Capítulo 1. Comunidades tradicionais no Maranhão: um fazer intercultural e interdisciplinar | Ana Caroline Amorim Oliveira, Josenildo Campos Brussio, Paula Maria Aristides de Oliveira Molinari, Aleilson Sales da Silva e Richardes Lima Souza - p. 18
Capítulo 2. Ciganos, entre o esquecimento e a discriminação | Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo e Laise de Holanda Cavalcanti Andrade - p. 57
Capítulo 3. Missão Amazônia 2020: experiência de extensão na comunidade de remanescentes quilombolas de Lajeado, no Tocantins | Nelson Russo de Moraes, Damião Rocha, Celenita Gualberto Pereira Bernieri, Laurenita Gualberto Pereira Alves e Jardilene Gualberto Pereira Fôlha - p. 91
Capítulo 4. Análise de literatura: a segurança alimentar de comunidades tradicionais frente ao surto pandêmico de COVID-19 | Karoline Silva e Adalmir Leonídio - p. 118
Capítulo 5. Perfil epidemiológico de quilombolas com doenças crônicas não transmissíveis em Feira de Santana - BA | Thiara Neres Bispo Vitorino do Carmo, Edna Maria de Araújo, Roberta Lima Machado de Souza Araújo, Sheila Regina dos Santos Pereira e Roberto dos Santos Lacerda - p. 153
Capítulo 6. Agenda 2030 como referencial para projetos de extensão voltados para comunidades quilombolas | Ana Margarida Theodoro Caminhas - p. 174
Capítulo 7. Insegurança alimentar e desproteção social dos povos de terreiro da Jurema Sagrada (Paraíba, Brasil) | Ariadne Isabel Machado Bogo, Patrícia Albuquerque Medeiros, Paula Gabriela Elias Chianca e Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos - p. 196
Capítulo 8. O papel do turismo de base comunitária na construção do movimento político, social, ambiental e econômico da rede Nhandereko (Rio de Janeiro - Brasil) | Teresa Cristina de Miranda Mendonça, Renato de Oliveira dos Santos, Edilaine Albertino de Moares e Midian Cristiane da Silva Leite - p. 220
Capítulo 9. Sustentabilidade, preservação dos saberes ancestrais e inovação social: reflexões sobre os significados e perspectivas dos projetos de pesquisa e de extensão universitária junto aos povos e comunidades tradicionais no Estado do Mato Grosso - Brasil | Edir Antonia de Almeida, Ana Carolina da Silva Borges, Luciênio Rosa e Silva Júnior e Nádia Patrícia Silva Borges - p. 247
Capítulo 10. Efeitos da dendecultura no território quilombola de Jambuaçu-Moju / PA | Auristela Correa Castro e Aquiles Simões - p. 269
Capítulo 11. Museus indígenas e museus tradicionais: cultura e memória | Valquiria Cristina Martins, Cristiane Teixeira Bazilio Marchetti, Angélica Gois Morales e Nelson Russo de Moraes - p. 287
Índice remissivo por assuntos e temas deste volume - p. 318
Índice remissivo por assuntos e temas de toda a série de livros (coletâneas de capítulos) da RedeCT - p. 319