CRUZ, Uilmer Rodrigues Xavier da; GARCIA, Ricardo Alexandrino. Ciências de dados ambientais e a produção social do trabalho (in)formal na reciclagem brasileira. Bauru: Gradus, 2024.
Apresentação:
Este livro tem como objetivo investigar a produção social e a produção tecnológica da catação nas redes de reciclagem, dando ênfase à Rede de Reciclagem do Estado do Rio de Janeiro (RRERJ), escolhida como caso paradigmático. Tal escolha se deve à pluralidade de sujeitos que a RRERJ comporta e às relações que esses sujeitos estabelecem entre si. Parte-se da hipótese de que as redes de reciclagem operam segundo a lógica do capitalismo, reproduzido, na economia informal, o mesmo modus operandi da economia formal, porém sem as mesmas garantias. Observa-se que a atividade de catação, ainda que cumpra uma função importante para o meio ambiente, alimenta um modo de produção que acaba por validar a exploração e a exclusão do trabalhador, contribuindo para a manutenção do jogo de forças desiguais, em que uns tiram proveito do excedente do trabalho dos outros. Nesse seguimento, aposta-se na produção tecnológica, entendida como aquela que compreende os produtos e os processos tecnológicos empregados com o propósito de resolver problemas sociais de ordem prática, como forma de desconstruir velhos paradigmas e estabelecer novos, através dos quais seja possível desenvolver uma nova perspectiva sobre o trabalho e o trabalhador da catação. Acredita-se que, para além de sua aplicação trivial, que visa a fornecer conforto para a vida humana, a tecnologia pode servir à conscientização das massas sobre o problema da produção de resíduos e sobre a importância daqueles que, de algum modo, dão um tratamento para esse sintoma do capitalismo. Nesse sentido, serão apresentadas duas tecnologias disruptivas inéditas, empregadas experimentalmente em eventos culturais, as quais revelam um grande potencial de impacto. Este livro está organizada em cinco capítulos, sendo eles correspondentes a artigos já publicados em periódicos conceituados nacional e internacionalmente. O primeiro capítulo discorre sobre as relações de trabalho resultantes da ascensão do capitalismo no mundo moderno, valendo-se de dois conceitos valiosos à análise proposta: os de trabalho formal e trabalho informal, cunhados por Marx e Engels. O segundo capítulo se debruça sobre a relação entre catador e indústria da reciclagem, evidenciando como esta reforça o discurso capitalista mediante a relação de dominação que nutre com o trabalhador da catação. O terceiro capítulo, por sua vez, versa sobre essa relação a partir da noção de espaço, cara aos estudos geográficos. No quarto capítulo, inicia-se a discussão sobre a produção tecnológica, por meio da noção de sustentabilidade. Tal discussão se prolonga no capítulo seguinte, o qual desdobra a economia do conhecimento buscando compreender como o conhecimento, a experiência e as inovações podem contribuir para a melhoria dos processos e do trabalho em indústrias como a da reciclagem. Finalmente, o último capítulo, que trata das patentes verdes, apresenta as duas tecnologias supracitadas, as quais, como foi mencionado, representam possibilidades de uma mudança de paradigmas – mudança está capaz de favorecer o catador e seu trabalho, demonstrando que, embora estejam colocados à margem, eles têm papel e função central em um mundo em que cada vez mais se produz resíduos.
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Sumário:
Apresentação - p. 12
1. Introdução - p. 16
2. Modos de produção: do comunismo primitivo ao sistema de classes e a decorrente precarização da classe trabalhadora - p. 32
3. Trabalho formal, informal e ordenamentos jurídicos na reciclagem brasileira - p. 86
4. A relação entre o trabalho dos catadores de materiais recicláveis da rede de reciclagem do Estado do Rio de Janeiro e a manutenção da indústria de reciclagem - p. 135
5. Contribuições teóricas e metodológicas da economia do conhecimento: os "degraus" aplicáveis na reciclagem brasileira - p. 188
6. Tecnologias disruptivas ambientais de alto impacto populacional voltadas ao descarte de materiais recicláveis - p. 263
7. Considerações finais - p. 309
Referências - p. 324
Anexos - p. 354
Apêndices - p. 366
Sobre os autores - p. 491
Índice - p. 494
Apresentação:
Este livro tem como objetivo investigar a produção social e a produção tecnológica da catação nas redes de reciclagem, dando ênfase à Rede de Reciclagem do Estado do Rio de Janeiro (RRERJ), escolhida como caso paradigmático. Tal escolha se deve à pluralidade de sujeitos que a RRERJ comporta e às relações que esses sujeitos estabelecem entre si. Parte-se da hipótese de que as redes de reciclagem operam segundo a lógica do capitalismo, reproduzido, na economia informal, o mesmo modus operandi da economia formal, porém sem as mesmas garantias. Observa-se que a atividade de catação, ainda que cumpra uma função importante para o meio ambiente, alimenta um modo de produção que acaba por validar a exploração e a exclusão do trabalhador, contribuindo para a manutenção do jogo de forças desiguais, em que uns tiram proveito do excedente do trabalho dos outros. Nesse seguimento, aposta-se na produção tecnológica, entendida como aquela que compreende os produtos e os processos tecnológicos empregados com o propósito de resolver problemas sociais de ordem prática, como forma de desconstruir velhos paradigmas e estabelecer novos, através dos quais seja possível desenvolver uma nova perspectiva sobre o trabalho e o trabalhador da catação. Acredita-se que, para além de sua aplicação trivial, que visa a fornecer conforto para a vida humana, a tecnologia pode servir à conscientização das massas sobre o problema da produção de resíduos e sobre a importância daqueles que, de algum modo, dão um tratamento para esse sintoma do capitalismo. Nesse sentido, serão apresentadas duas tecnologias disruptivas inéditas, empregadas experimentalmente em eventos culturais, as quais revelam um grande potencial de impacto. Este livro está organizada em cinco capítulos, sendo eles correspondentes a artigos já publicados em periódicos conceituados nacional e internacionalmente. O primeiro capítulo discorre sobre as relações de trabalho resultantes da ascensão do capitalismo no mundo moderno, valendo-se de dois conceitos valiosos à análise proposta: os de trabalho formal e trabalho informal, cunhados por Marx e Engels. O segundo capítulo se debruça sobre a relação entre catador e indústria da reciclagem, evidenciando como esta reforça o discurso capitalista mediante a relação de dominação que nutre com o trabalhador da catação. O terceiro capítulo, por sua vez, versa sobre essa relação a partir da noção de espaço, cara aos estudos geográficos. No quarto capítulo, inicia-se a discussão sobre a produção tecnológica, por meio da noção de sustentabilidade. Tal discussão se prolonga no capítulo seguinte, o qual desdobra a economia do conhecimento buscando compreender como o conhecimento, a experiência e as inovações podem contribuir para a melhoria dos processos e do trabalho em indústrias como a da reciclagem. Finalmente, o último capítulo, que trata das patentes verdes, apresenta as duas tecnologias supracitadas, as quais, como foi mencionado, representam possibilidades de uma mudança de paradigmas – mudança está capaz de favorecer o catador e seu trabalho, demonstrando que, embora estejam colocados à margem, eles têm papel e função central em um mundo em que cada vez mais se produz resíduos.
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Sumário:
Apresentação - p. 12
1. Introdução - p. 16
2. Modos de produção: do comunismo primitivo ao sistema de classes e a decorrente precarização da classe trabalhadora - p. 32
3. Trabalho formal, informal e ordenamentos jurídicos na reciclagem brasileira - p. 86
4. A relação entre o trabalho dos catadores de materiais recicláveis da rede de reciclagem do Estado do Rio de Janeiro e a manutenção da indústria de reciclagem - p. 135
5. Contribuições teóricas e metodológicas da economia do conhecimento: os "degraus" aplicáveis na reciclagem brasileira - p. 188
6. Tecnologias disruptivas ambientais de alto impacto populacional voltadas ao descarte de materiais recicláveis - p. 263
7. Considerações finais - p. 309
Referências - p. 324
Anexos - p. 354
Apêndices - p. 366
Sobre os autores - p. 491
Índice - p. 494